Um clássico marcante: Benfica x Porto

Foi no passado domingo, dia 10 de novembro, que se defrontaram o Sport Lisboa e Benfica e o Futebol Clube do Porto, um jogo que iria entrar para a História do campeonato português pelo resultado dilatado que foi apresentado. Num jogo que representa muito mais do que apenas futebol ou desporto, num embate que representa uma rivalidade história e regional.
Com um Estádio da Luz inundado e fervoroso, foi desta forma que os adeptos da casa viram o seu clube esmagar a equipa visitante numa goleada de 4-1, resultado este que há mais de 60 anos que não acontecia. Numa noite de felicidade para uns e notável deceção para outros apresentam-se duas perspetivas diferentes sobre como dois adeptos sentiram este tão emblemático clássico. Nuno Martins, adepto do Benfica, e Gonçalo Alves, adepto do Porto.
Como adepto do Porto, o sentimento amargo e doloroso de ver o meu clube, a minha equipa, ser lentamente desmantelada sem qualquer tipo de vontade ou energia para vencer é algo que me entristece. Uma equipa que entra a medo, taticamente desnorteada e com uma notável apatia que em nada ou, em muito pouco, demonstra aquilo que é sentir e representar este clube. O Porto não teve capacidade para combater a pressão encarnada e apresentou enormes debilidades e dificuldades em chegar ao último terço com eficácia. O Porto e os seus adeptos saem deste jogo entristecidos, chateados e mentalmente fragilizados por ver a sua equipa ser completamente banalizada por um rival que em nada supera a mística portuense.
Como benfiquista vejo este jogo de uma maneira bastante otimista, uma vez que na quarta feira no jogo de Champions vi um Benfica que em nada tem a ver com a sua história, abdicando completamente do jogo e abordando-o como uma equipa pequena, coisa que não é, no domingo tem uma abordagem a um jogo com o Porto como poucas vezes vi, destemido, com vontade de ganhar.
O Benfica só permitiu ao Porto aparecer com perigo quando Otamendi tem uma falha que já tem sido seu apanágio.
Do lado do Benfica gostava de destacar 3 nomes, Di Maria, o astro argentino tem algo nele que faz com que na maioria dos jogos grandes apareça a um enorme nível, no domingo não foi diferente e para além dos 2 golos tem pormenores que fazem com que qualquer adepto de futebol fique rendido à sua qualidade.
Álvaro Carreras, lateral esquerdo do Benfica, fez uma exibição completa a nível defensivo e ofensivo, aliando a sua qualidade com bola a um posicionamento completamente sem falhas sem bola, a nível defensivo fez com que Fábio Vieira passasse despercebido, aliando isso tudo ao golo inaugural.
Por fim Tomás Araújo, o central do Benfica fez uma exibição incrível, 1 assistência, o passe para Bah no terceiro golo, o pormenor sobre Varela, isso tudo aliado a uma exibição em termos defensivos que fez muitos centrais com o dobro da experiência parecerem inexperientes, principalmente o companheiro de posição dele.
Em suma, este clássico foi ganho de uma forma justa pelo Benfica, que aproveitou muito bem a apatia do Porto durante o jogo, algo que nestes clássicos não é nada habitual, mas como ainda falta muito para o final do campeonato é caso para dizer que até ao lavar dos cestos é vindima e ainda temos muito campeonato pela frente.
Gonçalo Alves e Nuno Martins