Putin garante permanência no poder até 2030 em eleições contestadas

Reeleição de Vladimir Putin suscita críticas internacionais e domésticas sobre legitimidade do processo eleitoral na Rússia.

O presidente russo Vladimir Putin emergiu vitorioso nas eleições presidenciais, assegurando a sua permanência no cargo até, pelo menos, o ano de 2030. Com 90% dos votos contabilizados, Putin registou uma impressionante margem de 87,21% sobre os três restantes candidatos. No entanto, a vitória não foi isenta de polémica, com observadores internacionais e figuras políticas proeminentes questionando a legitimidade do processo eleitoral. 

A Casa Branca, sede do governo dos Estados Unidos, rapidamente reagiu às eleições russas, denunciando-as como "não livres nem justas". Esta declaração ecoou preocupações levantadas por muitos observadores independentes, que apontaram restrições à participação de candidatos não aprovados pelo Kremlin como uma mancha na integridade do processo democrático. 

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky também expressou descontentamento com os resultados, descrevendo as eleições como uma "simulação" e Putin como um "ditador" na procura de um poder contínuo. Zelensky foi ainda mais longe, sugerindo que Putin deveria ser julgado no Tribunal Internacional de Justiça em Haia, Holanda, pelas suas ações. 

Essas críticas não são novidade no cenário geopolítico. As tensões entre a Rússia e os países ocidentais, em especial a Ucrânia, têm sido uma questão central nos últimos anos. O papel de Putin nessas tensões, bem como as suas políticas domésticas, têm sido objeto de intenso escrutínio internacional. 

Embora as reações internacionais denunciem as eleições como uma farsa e contestem a legitimidade do processo democrático na Rússia, é improvável que essas críticas tenham um impacto significativo no governo russo liderado por Putin. A sua firmeza no poder e o controlo exercido sobre as instituições políticas e os media dentro do país, tornam qualquer desafio interno extremamente difícil. Enquanto isso, as tensões entre a Rússia e os países ocidentais provavelmente continuarão a crescer, alimentando um ambiente geopolítico já volátil. O futuro político da Rússia, bem como suas relações com o resto do mundo, permanecem incertos enquanto Vladimir Putin solidifica o seu domínio sobre a nação por mais uma década.

Mariana Devezas