Portugal e o caso da emigração dos jovens

15-01-2024

O país em que nos encontramos, apesar de se considerar desenvolvido por se localizar no hemisfério do Ocidente, e pela sua importância estratégica para a União Europeia, e consecutivamente para a NATO, apresenta sinais de que não existem condições suficientes para que os jovens formados neste território permaneçam no mesmo, sem acabar por emigrar para outros países com oportunidades vastas, levando ao que chamamos de "fuga de cérebros".

Assim, os valores atribuídos à emigração de jovens portugueses, enquadra-se nos cerca de 30% do total existente, sendo referentes à forte vaga desde 2013, que tem ocorrido desses mesmos ativos valiosos, para países como a Bélgica, Holanda, entre outros estados que de fato demonstram ter uma outra capacidade de resposta na atribuição de rendimentos e medidas que cativem os jovens de qualquer parte do mundo.

A faixa etária, que se encontra entre os 15 e 39 anos, é referente à geração que no ano anteriormente evidenciado teve a necessidade de emigrar para os restantes países da União Europeia, cerca de 850 mil, de acordo com o Observatório de Emigração, desde essa data até aos dias de hoje, que para além de ser um valor altamente preocupante para Portugal em termos do seu próprio futuro desenvolvimento e capacidade de cumprir os objetivos, também o é quando nos referimos à pirâmide da faixa etária populacional que é invertida, ou seja, existe um desequilíbrio alarmante entre jovens e idosos no país, que a continuar o caminho que tem vindo a percorrer, leva o país à completa rutura de sobrecarga e falta de autossustentação.

Por conseguinte, a questão relativa à "fuga de cérebros" é realmente pertinente e insere-se da melhor forma no tema a ser abordado pois a emigração dos jovens portugueses para os países europeus, elucida o esforço, em vão, do forte investimento por parte dos programas políticos portugueses, e respetiva aposta na área educativa. Tal como se pode observar, ofereceu talvez uma das melhores gerações em termos de formação, e a mesma, enquadra-se nas elites dos profissionais mais requeridos em diversas áreas como medicina, tecnologia, entre outras. Ou seja, significa que o "produto profissional português", correspondeu às expectativas a longo prazo do investimento realizado em anos anteriores na educação e formação de qualidade de futuros profissionais, por parte do Governo.

A questão que se coloca é a seguinte, o porquê de Portugal não conseguir fornecer condições atrativas e cativantes para que as gerações mais bem formadas e preparadas se estabeleçam no nosso país e que aí demonstrem a elevada capacidade da mão de obra de excelência, que espelhe o investimento realizado nessa mesma área por parte dos governos que, até aos dias de hoje, permitiram esse desenvolvimento.

Em suma, o país encontra-se num estado deplorável em termos de emigração de jovens, que é no momento a mais elevada da Europa e uma das mais impactantes no mundo, devido à clara má gestão por parte de todos os governos que desde o investimento realizado na educação e formação destes ativos profissionais, não conseguiram seguir o plano a longo prazo, cerca de 25 anos destinados para que as gerações chegassem ao mercado de trabalho, que iria trazer a Portugal não só um dinamismo fundamental, como impreterivelmente, o segurar desses profissionais de excelência que estão a ser bem aproveitados pelos restantes países europeus, através da oferta de medidas e remunerações condizentes com a capacidade que esses apresentam.

Sérgio Carvalho

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