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Porque os jovens estão a adotar o minimalismo em massa?

07-04-2025

Nos últimos anos, o minimalismo deixou de ser apenas uma tendência estética ou uma filosofia aplicada a certos segmentos como a arquitetura e o design, para se tornar um estilo de vida cada vez mais adotado pelos jovens. O conceito de ter menos para viver mais, praticado por cada vez mais pessoas, surge como uma resposta ao consumismo desenfreado que caracteriza a sociedade moderna. Este movimento tem ganho força entre a geração Z e os millennials, que estão a questionar as normas do consumismo e a procurar uma forma mais equilibrada e significativa de viver. Mas o que está por trás desta adesão crescente ao minimalismo?

Um dos fatores principais que têm levado os jovens a adotar o minimalismo é o crescente cansaço em relação à cultura do consumo. Eles cresceram num ambiente onde a posse de bens materiais era vista como um indicador de sucesso e felicidade. No entanto, com o aumento de consciencialização sobre os impactos ambientais do consumo excessivo e o desperdício, muitos jovens começaram a refletir sobre como o acúmulo de objetos pode gerar mais problemas do que soluções. O minimalismo surge como uma forma de dar respostas a esse dilema, promovendo escolhas conscientes, práticas mais sustentáveis e uma vida sem a constante pressão por adquirir mais.

Além disso, a constante sobrecarga de estímulos e as elevadas expectativas sociais também são fatores que influenciam a adoção do minimalismo. A pressão para estar sempre atualizado, produzir mais e ser bem-sucedido pode ser avassaladora. O minimalismo, nesse sentido, oferece um escape, ajudando a reduzir o stress e a ansiedade. Ao escolher viver com menos, muitos jovens encontram um sentido maior de liberdade, pois libertam-se, das amarras que os excessos de bens materiais impõem. O conceito de "menos é mais" permite que se concentrem no que realmente importa, como as suas relações, experiências e bem-estar.

As redes sociais têm sido uma grande plataforma para a propagação desse estilo de vida. Canais como YouTube, Instagram e TikTok são dominados por influencers que partilham dicas de como viver com menos, desde armários cápsula até rotinas de organização e desapego. Muitos desses influencers construíram as suas audiências com base na ideia de que o minimalismo não significa viver de forma austera ou sem conforto, mas sim focar no que realmente traz valor para a vida. Esses conteúdos atraem uma geração que está cansada de seguir padrões de consumo impostos pela sociedade e procura alternativas mais autênticas e pessoais.

O minimalismo, então, surge também como um reflexo de uma mudança de mentalidade, mais focada no interior e no desenvolvimento pessoal do que no acúmulo de bens materiais. Para muitos jovens, viver com menos é um modo de afirmar a sua identidade e de resistir ao consumismo exacerbado que as redes sociais e a sociedade de consumo incentivam. Ao adotar este estilo de vida, os jovens sentem que estão a fazer uma escolha que não só os beneficia individualmente, mas que também contribui para a construção de um mundo mais sustentável e equilibrado.

Por fim, o minimalismo não é uma tendência passageira, mas uma verdadeira filosofia de vida que se conecta com a busca por maior autenticidade e propósito. Num mundo cada vez mais acelerado e dominado pela sobrecarga de informação e pela pressão constante para consumir, o minimalismo oferece uma pausa. Para muitos jovens, viver com menos não significa abrir mão de qualidade de vida, mas encontrar um equilíbrio em que o que é essencial é valorizado e o supérfluo é deixado para trás. Assim, o minimalismo tem-se mostrado um movimento duradouro, que representa a necessidade de recuperar o controlo sobre a vida e a forma de viver, em buscar de um futuro mais sustentável e consciente.

Beatriz Vendas

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