O risco Donald Trump no poder americano

18-03-2024

Após a derrota da sua reeleição no ano de 2020, para o cargo da presidência da maior democracia do mundo, Donald Trump, superou os concorrentes republicanos que lhe faziam frente e será quase de forma apreensiva, o escolhido para concorrer às eleições presidenciais frente a Joe Biden, representando assim, um risco para o sistema internacional e para a própria América do Norte.

Por entre variadas medidas e planos que Trump apresenta, será importante denotar as seguintes: política externa, a NATO e a questão Ucrânia, a imigração, comércio exterior, o agente internacional China e por fim, o funcionamento do governo americano. Cada uma delas irá ser abordada no presente artigo.

Primeiramente, o tema relativo à política externa, que é matéria preocupante para todos os intervenientes no mercado global, com especial vigor para os parceiros americanos dos EUA, ou seja, a Europa, Canadá, Austrália, Japão, entre outros, a serem substituídos pelo contacto de Trump com determinados líderes dos países. Donald Trump, pretende aplicar a doutrina "America first", e com isto devolver o carácter isolacionista ao seu país, e tal como o mesmo afirmou em 2016, para "rejeitar a globalização e abraçar o patriotismo", o que representa um estadismo desmesurado do concorrente às presidenciais norte-americanas.

Em segundo lugar, a questão da NATO e da Ucrânia, objeto que ocupa de forma apreensiva todas as agendas dos líderes internacionais inseridos tanto na organização mencionada como o no apoio que é necessário viabilizar à Ucrânia frente à Rússia. A saída dos EUA da NATO, tal como ameaçou Trump num passado recente, seria trágico para a mesma, e de acordo com Jonathan Hanson, cientista político da Universidade de Michigan, "seria um choque, abalaria todo o ambiente de segurança da Europa", o que pode abrir um precedente para a fragilização europeia e risco de não ter capacidade própria para um eventual conflito direto com a Rússia, algo que pode acontecer a qualquer momento. No que toca à Ucrânia, o ex-presidente norte americano referiu que pretende "obter imediatamente a cessação total das hostilidades", deixando uma réstia de esperança para que os EUA não findem o apoio à Ucrânia. A resolução poderá passar por uma diminuição do apoio financeiro, militar e humanitário. O mesmo acrescentou que irá "resolver a guerra em 24 horas", apesar de não ter apresentado qualquer resolução ou plano de conluio para a mesma.

De seguida, a imigração. Através de linhas breves e ténues, o futuro candidato às eleições presidenciais dos EUA, tentará elaborar, o que muitos estão a afirmar no momento como a "maior operação de deportação", de toda a história do país, algo que terá de ser efetuado com precaução pois a nação norte-americana foi construída e erguida por povos colonizadores e séculos depois, por imigrantes desses países. Trump ainda promete adotar uma versão mais restritiva e proibitiva de entrada de cidadãos de determinados países de maioria muçulmana, o que poderá tratar-se de uma grave discriminação dos direitos Humanos.

Agora, o ponto sobre o comércio externo. Através da aplicação da doutrina "America first", Donald Trump pretende consolidar uma forte opressão na guerra comercial contra a potência emergente, China, pela imposição de um sistema de tarifas universais sobre produtos externos provindos do território chinês e de qualquer eventual agente internacional que desvalorize a própria moeda até um certo patamar. De apontar, que o mesmo irá pedir ao Congresso que promova uma lei que consiste em impor tarifas recíprocas aos países que taxarem os produtos norte-americanos. Tal como o comentário de Hanson anterior, o mesmo referiu que "não creio que seja um desenvolvimento positivo para a economia mundial dividir-se em blocos mais protecionistas", quer isto dizer que o movimento de isolação americano não é saudável para os próprios EUA nem para o mundo como um todo.

Posteriormente, teremos a relação que os EUA pretendem ter com a China. Esta passará por um aprofundamento das restrições impostas por Trump na sua anterior governação, e na continuação das mesmas quer no governo atual de Biden, quer no possível renovado governo de Donald Trump nas próximas eleições. O mesmo aborda as medidas a serem impostas como uma "questão de segurança económica e nacional", sem puder esquecer que a maioria da posse de dívida pública do país está nas mãos dos investidores chineses, criando assim uma espécie de controlo apertado nas ações económicas americanas, tal como Trump idealiza, "um plano de quatro anos para eliminar gradualmente todas as importações de bens essenciais da China" e "impedir que empresas americanas invistam na China e que a China compre a América".

Por último mas não menos importante, um tema relativo ao funcionamento interno dos meandros do governo. Existe a promessa aberta de efetuar uma revisão completa das burocracias federais para "limpar a podridão de Washington", trazer agências reguladoras independentes de volta à autoridade presidencial, pondo em causa a Casa Branca, e a exigência a todos os funcionários do governo em passar por um controlo novo sobre as suas aptidões para os cargos que ocupam atualmente. As medidas notificadas neste parágrafo, podem evidenciar um forte rancor do ex-presidente sobre dezenas de acusações de que é alvo no momento, e a sua aprovação e aplicação poderão significar uma "vendetta" pessoal contra a própria lei, o poderá ser algo grave.

Assim, o presente artigo tenta elucidar todos os leitores sobre o eventual governo de Donald Trump e republicano, que apesar de ter medidas que podem ser consideradas benéficas, representa um forte problema para o equilíbrio mundial, em particular para os seus aliados, e na escalada da tensão já existente no globo.

Sérgio Carvalho

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