Lançamentos Semanais

O Próprio

28-02-2024

Foi no passado dia 16 de fevereiro que André Filipe Chapelas Neto, mais conhecido nacional e internacionalmente por Dillaz, lançou o seu mais recente projeto musical "O Próprio". O disco que sucede o seu anterior enorme sucesso "Oitavo Céu" (2022), prolonga-se por cerca de 50 minutos de puro hip-hop do mais alto nível, contando ainda com a colaboração de inúmeros artistas bastante conceituados nacionalmente, dos quais são exemplo, Plutónio ou Julinho KSD. 

Um projeto que transborda qualidade e que não se desprende das origens que, em muito, trouxeram o artista às luzes da ribalta como o grande nome do hip hop e do rap português na atualidade. Através da exploração de diferentes e mais modernas formas de abordar a melodia, Dillaz acaba por, de uma trabalhada forma, reinventar-se e nos trazer um projeto fortíssimo. É com cerca de 16 faixas que o artista trata temáticas como o amor, a violência, os variados ambientes nos quais o mesmo se transporta e, essencialmente, as histórias e o crescimento emocional que a vivência numa zona complicada lhe forneceu. 

Um novo álbum, o seu quarto de estúdio, que novamente entrará para os quadros da indústria musical portuguesa como um poderosíssimo traçado da sua própria e tão significativa arte. Músicas como "Gangsta", "Hello", "Agiota", "Cantona" ou "Direção Paris", são perfeitos exemplos da forma como 5 distintas formas de abordar temáticas e melodias se podem tão bem complementar. Algo que só um artista como Dillaz, um dos melhores da nossa geração, nos pode proporcionar. 

"Criados debaixo da lua, habituados a pôr a vida na mortalha Sentado no banco, cada um faz a sua Não andas p'a trás, a cobra não recua (Ooh) Veneno em mim já não atua Passo madrugadas d'um lado p'ó outro A calar o demónio, mas ele continua". (Dillaz – Hello) "Quando apanhares o primeiro voo, direção Paris Tu vais achar que eu não 'tou, mas vou 'tar aqui Beber vinho a ouvir um som, a pensar em ti". (Dillaz - Direção Paris) "Quando eu olho p'ó meu destino Eu 'tou a ver uma velha a benzê-lo Aquele meu sonho de menino Não tive tentado a vendê-lo O tempo em que eu tinha trocos Boy, agora nem vê-lo Viagem marcada a Marrocos, beijar a pata do camelo". (Dillaz – Agiota) "O próprio era contraditório Dizia que a terra era plana Aos trinta já tinha um negócio Que quase lhe deram dez anos de cana". (Dillaz – O Próprio)

Gonçalo Alves


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