O caso Tigray e uma Etiópia em rutura

A região do Tigray, parte constituinte do território da Etiópia, apresenta um índice de cerca de 90% da população em risco extremo de fome e morte, que causa consecutivamente, uma rutura quer desta região, como do próprio país, que é considerado um dos mais urgentes nestes temas à escala internacional.
Assim, a questão surge devido maioritariamente à diluição das bases económicas da região do Tigray, e de forma sucessiva, à guerra ao território atribuída, onde a ação norte-americana foi bastante utilizada para mediar os conflitos ocorridos e frequentar a sua própria gestão, contra as milícias existentes. Um outro fator com forte incidência será o movimento populacional de massas de indivíduos que face à guerra constante que aí encontram, sentem a necessidade de se deslocarem da sua origem para outras cidades e até territórios, sendo que cerca de um milhão de cidadãos, aproximadamente um quarto da população total de Tigray, deslocaram-se das suas casa e no momento encontram-se indefesos.
Portanto, com a conjugação dos fatores anteriormente abordados, junta-se a problemática do agravamento da escassez de água devido à rara existência das chuvas sazonais, que provocam paulatinamente, uma situação grave a nível humanitário, em que a Organização das Nações Unidas, deveria intervir através de um processo e carácter urgente, pois a ajuda humanitária atual a esta região do país, não é suficiente, e é assim considerada bastante reduzida.
O Governo de Etiópia considera que se a situação não for controlada e gerida de forma que permita a manutenção e retorno dos acontecimentos recentes, as consequências dos fatores referidos, provavelmente levarão a milhares, senão milhões de mortes, com repercussões estruturais quer para a Etiópia, como para países vizinhos alvo dos movimentos de refugiados da guerra no seu território de origem, que origina automaticamente, uma cadeia de problemas graves para as questões relacionadas com a ONU e a sua ajuda humanitária.
Por último, será de enorme importância referir, que para além da presença histórica americana no território da Etiópia, de forma mais recente e precisamente em 2020, o começo da guerra política, liderada por Abiy Ahmed, primeiro-ministro etíope desse ano, contra a Frente Popular de Libertação do Tigray, que naturalmente aumentou o nível de tensão política, apesar de em 2022, e cerca de meio milhão de habitantes mortos, conclui-se um tratado com vista ao fim deste conflito, mesmo que existam quezílias fortes no seio do seu território até aos dias de hoje.
Concluindo, o território do Tigray, região bastante importante para a Etiópia, encontra-se no momento, em vias de entrar em rutura, uma vez que a mesma apresenta índices inaceitáveis de pobreza, risco de fome e morte, em que cerca de 90% dos quase cinco milhões de habitantes corre um caso real de ser alvo profundo destas repercussões.
Sérgio Carvalho