Mudanças na Disney!

O racismo, abuso sexual e a discriminação com base na orientação sexual ou identidade de género, comunidade LGBTQ+, são três tipos de preconceito e discriminação que afetam indivíduos em todo o mundo.
Combater o racismo, abusos e a discriminação LGBTQ+ requer um esforço contínuo em nível individual, comunitário e institucional. Isto envolve conscientização, educação, políticas inclusivas e a promoção da igualdade e dos direitos humanos para todos, independentemente de raça, etnia, orientação sexual ou identidade de género. É importante criar sociedades inclusivas e equitativas onde todas as pessoas podem viver sem medo de discriminação ou preconceito.
A proteção das crianças contra estes conceitos é uma preocupação fundamental e deve ser abordada de maneira séria e abrangente para que todos o possam entender. O racismo pode ter um impacto duradouro e prejudicial nas vidas das crianças, o que pode afetar a sua própria autoestima, oportunidades educacionais e futuras perspectivas, mas é mesmo necessário mudar todos os filmes da Disney de como os conhecemos de quando éramos nós as crianças?
Branca De Neve é um conto de fadas clássico, criado no ano de 1817, sobre uma princesa invejada pela madrasta malvada, que tenta matá-la. Branca de Neve escapa, encontra sete anões, cai num sono profundo após comer uma maçã envenenada, e é acordada por um beijo de verdadeiro amor de um príncipe. A história termina com o casamento feliz de Branca de Neve.
Só um beijo é necessário para uma guerra cultural hoje em dia, Julie Tremaine e Katie Dowd, duas redatoras do jornal online SFGate, descobriram há alguns meses esse facto. Estas duas jornalistas questionaram a cena do beijo entre o príncipe e Branca de Neve o importantíssimo "beijo do amor verdadeiro". "Um beijo que ele dá sem a permissão dela, pois ela está a dormir, o que não pode ser amor verdadeiro se só uma pessoa sabe o que está a acontecer" afirma uma das redatoras.
Claro que muitos fãs do filme ficaram logo chateados e criticaram esta redação nas redes sociais. A companhia da Disney sofreu imensas alterações após ser alvo de uma cultura de cancelar filmes, mas não retirou esses mundialmente famosos filmes das plataformas de streaming.
Mais alguns exemplos:
Na Pequena Sereia, o filme, primeiro houve a questão de contratarem uma atriz negra para o papel de Ariel, a sereia protagonista que no desenho animado de 1998 era de pele branca e ruiva, mas após algum tempo veio a segunda controvérsia de uma mulher desistir da voz por um homem, igual ao filme da Cinderela onde uma mulher não tem poder e espera que um homem rico a salve.
O mesmo acontece a Bela Adormecida. No original de Basile, a heroína não acorda com um beijo, mas ela é violada enquanto dorme. Ela acorda com gêmeos nove meses depois. Essencialmente, Walt Disney modificou a história de acordo com o século XX e para se adequar aos valores americanos desses tempos. Outra mudança trágica foi a morte da mãe do Bambi que foi retirada do filme pois as crianças podem ficar com traumas.
Não só filmes estão a ser afetados como também séries televisivas como os The Simpsons, onde o dono de uma loja da série Abu é de uma etnia diferente de todas as outras personagens o que dizem ser racista. Outro episodio foi retirado da Disney + pois Marge Simpson, que pedala numa bicicleta indoor com um instrutor na tela em frente a um cenário virtual da Grande Muralha da China, durante esta cena o instrutor diz: "Vejam as maravilhas da China. Minas de Bitcoin, campos de trabalhos forçados onde crianças fabricam smartphones." Hong Kong baniu esse episodio porque se sentiram ofendidos.
Será que já não estão a exagerar nestes assuntos?
Joana Monteiro