Índia a nova ameaça

A ascensão do agente Internacional denominado por Índia, é já uma realidade bem conhecida e assumida por todos os "players" internacionais, principalmente pela União Europeia, Estados Unidos e China, que neste preciso momento estão a sentir-se ameaçados por este poderio crescente e dominante, que se não for bem acautelado, poderá marcar o início de uma nova ordem mundial. Assim será de maior urgência nutrir contatos positivos e diplomáticos com esta potência que num futuro próximo se tornará numa das grandes superpotências, colmatando a ausência da Rússia, que sairá enfraquecida deste conflito em que se encontra.
Devido ao perigo existente, o bloco Ocidental, mais precisamente os Estados Unidos da América, recentemente tentaram aprofundar os laços diplomáticos com este país, o que pode ditar, para além de um desvio indiano para o Ocidente, em detrimento da sua posição com os "BRICS", União constituída pelos seguintes países, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que pretendem impor uma nova ordem Internacional com base numa economia forte e não na segurança, o que poderá significar um enorme benefício para os países incluídos na União Europeia, conjugando os Estados Unidos.
Por conseguinte, esta aproximação Indiana com o Ocidente, significa uma perda de um país altamente dinamizador e influenciador na economia Internacional, a partir da sua tecnologia mais avançada, e em termos populacionais que já ultrapassou o seu parceiro comercial, China. Para além desse revés, a existência de conflitos internos na organização dos "BRICS", em termos económicos e de objetivos externos em coexistência com a esfera Internacional, poderá ser um dos motivos mais relevantes, para que a Índia comece a usar operações no sistema Internacional, bilaterais, referentes aos dois blocos dissemelhantes entre si, O Ocidente e o Oriente.
No entanto, os Estados Unidos numa tentativa de influenciar uma Índia em abrupto crescimento, permitiu a realização de um encontro do atual Presidente norte americano, Joe Biden, com o Primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, com intuito de mais uma vez trazer a hegemonia Internacional para o continente americano, alcançando mais um aliado crucial à escala planetária, retirando capacidade económica, tal como populacional aos países que pretenderiam formar uma nova ordem Internacional, referidos.
Assim sendo, tal como a história ditou, tivemos uma unipolaridade americana após o fim da guerra fria com o seu inimigo, Rússia, transformando-se ao poucos numa bipolaridade atual entre Estados Unidos e China, a primeira potência com predominância militar Internacional, e uma segunda economicamente forte e com capacidade para ultrapassar os Estados Unidos. Algo que está prestes a mudar pois, como é sabido, a história repete-se e tem ciclos, querendo isto referir que provavelmente a nova ordem mundial irá caracterizar-se por uma multipolaridade de Estados, União Europeia como elemento dinamizador, América do norte militarizada, China com a sua economia, Índia com a sua tecnologia e termos populacionais, países orientais em ascensão, tal como o Irão, e dois Estados particularmente perigosos sendo eles a Coreia do Norte e a Coreia do Sul.
Todos eles que têm a capacidade de fomentar um conflito regional ou internacional, expondo as debilidades da balança internacional de poder, podendo originar consequências nefastas em que nenhum Estado conseguirá finalizar como vencedor certo.
Em suma, muito brevemente a Índia irá sumir um papel Internacional ainda mais relevante do que aquele que já possui, devido também à sua forte economia, mão-de-obra e acima de tudo poder tecnológico cobiçado principalmente pelo bloco Ocidental, pois este vê a Índia como uma ameaça à sua hegemonia e poder globais. Bloco este que observa atentamente o enorme benefício do aprofundamento de contatos diplomáticos com este país, com objetivo de equilibrar uma balança de poder que no momento pende para a junção dos países orientais, o que causa instabilidade à escala planetária, e que causará seguramente conflitos entre grandes potências mundiais, no cenário em que se encontram.
Sérgio Carvalho