Descalabro justificado: Irão ataca Israel em resposta marcante

Apesar do ataque de Israel, de forma a atacar um terrorista do Hamas, ocorrido no consulado iraniano em território líbio, e da espera da não reação por parte do Irão, devido à supremacia israelita, das suas forças militares e bélicas, consumadas historicamente, e pela sua influência regional, o país iraniano, atacou de fato Israel na noite do passado sábado, dia 13 de abril.
De acordo com todos os jornais, com especial atenção para o "The Washington Post", os americanos declaram, em tom de ameaça e exclusão, que em caso de retaliação israelita à ação do Irão, algo que acontecerá certamente, estes não apoiam uma intervenção dos EUA nessa retaliação, ou seja, Israel, caso riposte, irá fazê-lo sozinho. O caso contrário verifica-se em que se Israel for atacado, os americanos e ingleses, com a sua força aérea, vão de forma absoluta intervir, tal foi o sucedido no ocorrido contra os mísseis e drones enviados do Irão, intercetados, de acordo com fontes oficiais, em cerca de 99%.
Por conseguinte, o Irão refere, através das suas fontes oficiais, que o ato de ataque a Israel foi um "caso único", mediante o seu direito internacional de atacar o país agressor, após ter sido agredido sem fundamentos para tal, válidos e aceites pelo estado iraniano.
A mesma questão não se proporciona no caso de Israel, uma vez que este Estado afirma, de forma repressiva e vincada que, "terá resposta", algo que preocupa todos no Sistema Internacional, pois por razões históricas, pode-se observar que Israel, em caso de ser agredido, responde na "mesma moeda", mas de forma desproporcional ao ataque sofrido, podendo nestes caso, relembrar a guerra dos 6 dias, quando os estados árabes, vizinhos do recém-criado Estado de Israel, foram absolutamente dizimados por um país pequeno, mas com capacidades de ação preocupantemente eficazes e monstruosas.
O início deste acontecimento, que alastrou do conflito Israel-Hamas, e agora para a Líbia e o Irão, poderá significar o alavancar de um conflito direto entre superpotências, já que, os Estados Unidos da América, suportam diretamente o Estado de Israel, tal como se pôde observar no "guarda-chuva protecional americano" a Israel, reduzindo á insignificância, as ações dos Houthis, nos mares em que ocorreram os ataques. Mesmo assim, o conflito direto EUA e Irão não significa apenas, o envolver das tropas americanas no acontecimento, mas de igual forma, os britânicos, e de seguida franceses, alemães e todos os estados europeus em forma de apoio contra o Irão, caso este declare guerra. De apontar que essa ação seria legal contra Israel, pois o seu território foi atacado pelo mesmo, ou seja, iria envolver o bloco ocidental no evento conflituoso, retirando o apoio quase total a uma Ucrânia, que em termos de financiamento de guerra e de respetivos materiais e meios, está a escassear cada vez mais.
Infelizmente, o escalar do conflito não ficará por aqui muito devido a um pequeno grande pormenor, no caso, o envolvimento direto do apoio chinês e russo ao Irão, que consistiria numa guerra "aberta" entre todos os países, tanto do bloco ocidental como oriental e asiático, pois o sistema de alianças, segurança e ação externa face a um ameaça, seria ativado e utilizado, o que explica a delicadeza da situação em que nos encontramos. Será de imaginar que nenhum Estado mundial, mesmo os radicais, com tendências extremistas, entre outros, como o caso russo ou iraniano, pretendem tanto aumentar o ocorrido como escalar o acontecimento para níveis que ascendam ao enfrentar de tropas dos dois blocos internacionais, ou até mesmo, à utilização final de armas nucleares numa terceira guerra mundial, que causariam o fim provável dos estados e do mundo como o conhecemos.
Assim, mesmo com o ditar do governo iraniano do "ponto final" das suas ações de defesa, perante o ataque concluído ao consulado iraniano em território líbio, Israel, mesmo não tendo fundamentações para continuar com uma resposta, a mesma irá acontecer pois o Irão não deixou de agredir, com direito próprio, Israel, o que prova que o escalar do conflito é uma possibilidade e poderá, sem mediação quer dos EUA, Europa, China ou Rússia, provocar danos irreversíveis e estruturais, no cenário atual, tal como o conhecemos.
Sérgio Carvalho