Ataque na fronteira da Jordânia: baixas norte-americanas

O acontecimento ocorrido no passado dia 27 de janeiro deste ano, de forma bastante recente, originou três baixas definitivas de militares norte-americanos na fronteira da Jordânia, local que se encontra altamente instável devido à guerra e às condições proporcionadas no conflito em Gaza.
A questão que se coloca é a seguinte, o porquê de as tropas norte-americanas terem sido atacadas, uma vez que todos os agentes internacionais, sabem que qualquer ameaça direta ao país mais poderoso da esfera global, terá fortes consequências para o agressor. Portanto, com a morte de três soldados provindos da grande potência mundial, e cerca de duas dezenas de feridos, a Jordânia, está a ser acusada de o ataque ter sido realizado através de drones, no seu território, na zona nordeste junto à fronteira com um dos seus países vizinhos, a Síria.
Por conseguinte, o presidente americano, Joe Biden, veio no dia de ontem, assumir o sucedido, e culpou os grupos apoiados pelo Irão, que tentam desestabilizar todo o bloco do Médio Oriente, pelo respetivo ataque ocorrido. Assim, estão a apurar mais informações sobre o acontecimento, sendo que Biden, declarou que "embora ainda estejamos a recolher fatos deste ataque, sabemos que foi realizado por grupos militares radicais apoiados pelo Irão que operam na Síria e no Iraque", o que poderá levantar algumas suspeitas da intenção proposital do Irão, em desestabilizar a região global em que se encontra.
Enquanto a ascensão da tensão no Médio Oriente aumenta, existe em sentido reverso, uma diminuição do apoio interno aos países quer da União Europeia, quer das políticas internas dos EUA, o que provoca uma deterioração das democracias e origina o fato das mesmas estarem a ser enfraquecidas por agentes internacionais como o Irão. O que pode suceder é a falta de investimento na proteção da Europa e consequentemente na NATO, em detrimento de uma forte aposta na resolução dos hobbies domésticos americanos, que apresentam um carácter de extrema gravidade para o mundo, mas em sentido reverso, uma maior fragilização do sentimento de união e comunidade existente entre EUA e Europa.
Em suma, estres ataques, que começam por ser pontuais
mas que elevam a sua escala rapidamente, não só têm implicações diretas em
termos regionais, como terá repercussões preocupantes para a Europa através do
financiamento maioritário americano da NATO, e de certa forma, a possível falta
de capacidade de resposta para eventuais conflitos a envolver potências
internacionais de calibre superior.
Sérgio Carvalho