As duas maiores potências: encontro diplomático entre líderes

Na passada semana ocorreu o impensável, especialmente depois de nos últimos tempos, o líder chinês, Xi Jinping e Joe Biden apresentarem relações ambíguas a partir dos seus respetivos países, ainda para mim com o alinhamento da China em torno do conflito russo-ucraniano e possivelmente com a ascensão da instabilidade em Taiwan.
A questão central seria promover um contacto pacífico e cooperativo nas relações entre os líderes destas duas potências internacionais, pois era algo que se apresentava deteriorado e débil, daí a ser crucial a realização deste encontro diplomático, que ocorreu em São Francisco, no Estado da Califórnia, em território americano, durante cerca de quatro horas.
Através da promoção das relações bilaterais entre estes agentes da esfera global, é fundamental referir a importância atribuída a esta ação liderada por todo um corpo diplomático com objetivo de primar a cooperação em diversas áreas e não incluir como opção viável, tal como a Rússia utiliza, a ameaça nuclear. Assim foi possível reestabelecer a comunicação por canais militares dos dois presidentes, visto como um sinal de paz e harmonia entre estados e acima de tudo, um profundo sentimento de procura da paz perpétua, tal como Kant idealizava.
Claro está que esse conceito é de difícil realização, particularmente quando no Sistema Internacional, estão a surgir variados conflitos regionais, que podem suceder num massivo combate à escala mundial, algo que seria catastrófico para qualquer um dos intervenientes na mesma, tendo repercussões que afetariam estruturalmente os estados em questão.
Por conseguinte, perante palavras referidas por Joe Biden, nos próximos meses, os dois países vão continuar um processo de preservação de diplomacia de alto nível em ambas as direções, para estabelecer linhas de comunicação abertas, naturalmente referentes ao contacto próximo de Biden com Xi, que ainda refere que um ou outro, pode pegar no telefone e ligar diretamente para ser ouvido de forma imediata. Algo que faz lembrar, de certa forma, o sucedido na Guerra-fria entre EUA e Rússia, onde existia a linha vermelha da Casa Branca para Moscovo, em caso de ameaça direta ou de maior instabilidade nesse conflito.
Entre muitas conclusões, uma delas divergente, foi o tema Taiwan que para Xi Jinping será obrigatório e o seu movimento de conquista, imparável, pois a pressão chinesa exercida sobre o pacífico é demasiado intensa, provocando um centro de tensão elevado, mesmo que Biden tenha conseguido, através do diálogo, apresentar uma proposta de paz e estabilidade no estreito de Taiwan, através de medidas económicas, comerciais e estratégicas.
Concluindo, no passado dia 15 de novembro, foi realizado um encontro histórico de relevância extrema entre o líder americano e chinês, com vista a evitar um conflito de maior escala e consequentemente promover valores como a cooperação bilateral, a procura da paz e da harmonia destes dois países, através da não agressão e do crescimento de cada território, pois tal como Xi Jinping proferiu, "o planeta Terra é suficientemente grande para que os dois países tenham sucesso". Um a partir da sua força militar e bélica e um outro pela imposição de uma economia aplicada ao mercado, caracterizada por ser viável e no momento, fortíssima.
Sérgio Carvalho