Lançamentos Semanais

Afro Fado: Uma Obra Prima

29-11-2023

Foi na passada sexta-feira, dia 24 de novembro, que o tão renomeado artista e compositor João Batista Coelho, mais conhecido por Slow J, lançou o seu mais recente projeto e assim, o seu quarto álbum de estúdio "Afro Fado". 

Quatro anos após o seu último álbum "You Are Forgiven", Slow J delicia-nos agora com um completamente novo e poderoso projeto. Um conjunto que conta com 14 faixas e com uma duração total de 43 minutos de pura arte auditiva. Neste projeto o artista aborda temáticas de alta importância ao som de instrumentais totalmente diferentes que, não só nos conduzem a uma grande tradicionalidade do estilo musical português, mas também nos levam por imensos outros estilos musicais que suavemente se entrelaçam. 

O artista transita desta forma por inúmeras temáticas que o trouxeram aos dias de hoje como pessoa que é. Os altos e baixos da sua vida e uma introspecção de como o mesmo leva o seu tempo e observa o mundo que o rodeia, tecendo críticas à sociedade, a si mesmo e à forma como as emoções e os acontecimentos atuais mudam o mundo e todos aqueles que a este mundo compelem. Temáticas como as saudades de casa ou a forma como o estar longe da zona de conforto nos faz sentir em temas como "Terra", a forma como o amor tanto mudou aquilo que é a sua visão emocional e os seus conceitos de família e lar em temas como "Ultimamente" e, até mesmo, uma carta aberta a todos aqueles que de sorriso na cara usufruem do seu tempo para, já desde há muitos anos, o acompanham em temas como "Reza". É assim que, ao longo de bons e preciosos 40 minutos, Slow J nos traz para a sua realidade e nos leva a refletir sobre tudo aquilo que a nossa vida nos proporcionou, emocional e fisicamente. 

Um álbum que tão rápido nos traz um sorriso ao rosto como no momento seguinte nos deixa completamente em lágrimas. Portanto, um projeto como nenhum outro que acabou mesmo por ser o álbum português mais ouvido de sempre no seu primeiro dia de lançamento. Slow J abençoou-nos com uma das maiores obras primas da música portuguesa. 

A tradicionalidade e a importância da nossa nação aliadas à forma como, cada um de nós, como um ser humano aproveita o seu tempo neste mundo, que é para mim, uma obra prima como nunca se viu e, de mim, um obrigado, Slow J. 

"Tu, pensas na cor da pele como a capilar Nós vimos do futuro p'a lhes ensinar Essa é a razão do nosso som Combinações de cada raça e cada tom" - CorDaPele, Slow J "Perdão tem andado afastado da casa onde fomos morar E eu sei, às vezes sem ver a saída, temos de voltar a entrar Porque ainda somos e seremos sempre apenas o que conseguirmos sonhar Plantámos sementes, mas cresceram tantos caminhos p'ra andar E ambos amamos jardins, mas fod** Eu não quero um dread a dar o beijinho de boa noite ao meu filho Quero uma família, quero ser o velho que o meu avô é E fazê-lo contigo, vivê-lo contigo" - Ultimamente, Slow J "Eu quero voltar p'á minha terra Onde em casa me senti, nunca fui lá Quero que a minha terra volte E não entendo porque é que ela não volta" - Terra, Slow J "Água no meu corpo, mas não lava Não vês o sorriso na minha cara Dentro eu tenho um mar e tenho Sahara Vou ter de aprender a aceitar a Forma que eu tenho de te mostrar a Parte de mim que ainda sobra clara 'Tava a tentar ser uma espécie rara, essa vontade saiu cara Essa nuvem de verão dança com o Sol e festeja por cima do céu Embeleza o momento em que lhe é permitido ser parte do céu" - Origami, Slow J ft. Gson 

Gonçalo Alves


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