Ação em cadeia: O perigo da exaltação polaca

16-09-2024

A Polónia, membro ativo e constituinte da organização do Atlântico Norte, vulgarmente conhecida por NATO, neste momento encontra-se numa forte especulação interna, devido às recentes declarações proferidas pelo seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Radoslaw Sikorski, em entrevista ao Financial Times. 

Dessa forma, e tal como o mesmo abordou, "fazer parte da NATO, não diminui a responsabilidade de cada país proteger o seu próprio espaço aéreo", o que poderá resultar, logicamente, no assumir da influência direta dos estados-membros inseridos na esfera da NATO, no conflito russo-ucraniano, que vem a perdurar ao longo do tempo. Claro está que, independentemente da interferência indireta em apoios, pacotes de medidas prejudiciais para a Rússia, provindas da Europa, e envios de armamento e veículos capazes de projetar a capacidade ucraniana para um outro nível, o nome da NATO, não quer ser associado como agente direto no conflito aqui a ser abordado. Tal significaria, uma ainda superior e instável guerra, em que forças dos dois grandes blocos mundiais, mediriam as suas forças, sem um verdadeiro vencedor, senão uma catástrofe internacional. 

Um fato comum, será que neste preciso momento, os grandes líderes mundiais estão em conversações para apurar, em que prisma, não seria ideal um conflito como este, numa escala a longo prazo. Algo que esperemos que não siga em frente, pois seria o maior erro alguma vez criado pelo ser Humano, desde por exemplo, a criação da bomba atómica. 

Consequentemente, Radoslaw afirma que, não só a Polónia tem o dever de abater esses mísseis russos e respetivos drones, como acontecido muito recentemente, através da invasão do espaço aéreo polaco por um drone russo, bem como, os restantes países incluídos no poder da NATO, que fazem fronteira com a Ucrânia, deveriam fazê-lo. Ou seja, um motivo para que em conjunto, exista uma vigia autêntica aos comportamentos polacos, que resultam, uma vez mais, em declarações preocupantes, devido ao momento delicado em que vivemos, mesmo que, sejam fundamentadas na lei constitutiva da NATO, e na sua ação face a ameaças externas. 

Não será de todo razoável, explorar um crescimento abrupto de uma instabilidade que possa impactar quer no desenvolvimento sustentável das negociações do fim desta e de outras guerras, como das próprias gerações vindouras, que ficariam sem um mundo onde viver, parcial ou totalmente devastado e destruído, o que para a NATO, não é viável. Assim, através da sua resposta perentória e rápida, afirma que o "abate desses mísseis por parte deste conjunto de países, teria repercussões gravíssimas," mesmo reconhecendo o direito desses estados envolvidos, de protegerem com justa causa, o seu espaço aéreo de possíveis ataques, tal como o mal entendido, que aconteceu no princípio deste conflito russo-ucraniano em território polaco. 

As declarações prestadas, surgem após um acordo assinado bilateralmente entre este país, e a Ucrânia, na possível "viabilidade de interseção (…) de mísseis e veículos não tripulados disparados em direção ao território polaco", o que pode explicar a urgência no discurso do ministro dos Negócios Estrangeiros deste país. 

Será que a Polónia, se encontra neste discurso mais "altivo", ou até mesmo rígido, porque se declarou pronta, seguindo as palavras do seu presidente, Andrzej Duda, em abril deste mesmo ano, para acolher armas nucleares da NATO, devido ao reforço nuclear russo na Bielorrússia e a militarização no "enclave" de Kaliningrado? O primeiro pensamento que poderá surgir, passaria por uma resposta direta, e tão ou mais potente por parte da comunidade russófona, a essa possível provocação da Polónia, inserida na NATO, e ao complexo de cerco que a Rússia tem sofrido ao longo dos últimos largos anos, ou seja, encontramo-nos num clima internacional altamente instável.

Sérgio Carvalho

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