A Felicidade do conceito ao sentimento
Num conjunto enormíssimo de sentimentos que nos envolvem como seres humanos, existe um que todos nós procuramos, desejamos e perseguimos desalmadamente, um sentimento que por muito complexa ou detalhada que seja a sua conquista ou a sua descrição, no fim do dia todos nós já o sentimos. Mas afinal o que é a felicidade?
Ao longo dos tempos, desde o cientificamente datado nascimento do planeta, existiram diversas e imensas tentativas de explicação sobre o que significa a felicidade, o conceito, o sentimento, aquilo que esta nos transmite. As várias teorias que a descrevem culminam, atualmente, num conceito comum, a felicidade é um equilíbrio entre a harmonia e a prática do bem. A satisfação dos nossos desejos, a tranquilidade mental e sentimental e a obtenção do prazer, estas são as bases conceptuais desta emoção.
Porém, apesar de toda a descrição e de todas as teorias científicas que existem sobre este sentimento de animosidade, apenas saberemos o que é a felicidade quando, num copular de emoções a sentirmos e experienciarmos verdadeiramente. Esta surge em contraste com a tristeza, emoção que nos muitas das vezes nos assola e nos atinge de forma muito mais instantânea. Algo que não procuramos e não desejamos, mas que involuntariamente pode estar mais presente do que o seu eterno oposto.
Mas então o que é a felicidade? O que é esta emoção? O que é este sentimento? Tão distante por vezes, mas tão presente ao mesmo tempo?
O que eu acho? Eu sinto, genuinamente, que um dia será mais claro. Um dia iremos perceber que a felicidade não é sobre o nosso trabalho, sobre o que estudamos, ou sobre aquilo a que dedicamos a nossa vida ativa. A felicidade nunca foi e nunca será sobre seguir os passos daqueles que nos antecedem e que nos deixaram um legado, nunca foi sobre ser como os outros. A felicidade sempre foi sobre a descoberta, a esperança, o podermos e conseguirmos ouvir o nosso coração como um todo e segui-lo sempre pelo caminho que ele escolher. A felicidade sempre foi sobre, diariamente, podermos ser mais gentis com nós próprios, aceitar a pessoa que nos vamos tornando a cada minuto de cada dia. A felicidade é sobre aprendermos a viver como nós mesmos. Percebermos que a nossa felicidade nunca esteve na mão dos outros. Um dia compreenderemos que a felicidade vem de dentro e que nenhum fator externo poderá definir ou escolher a forma como sentimos e vivemos a nossa felicidade. A felicidade foi sempre sobre nós, sempre, de forma absoluta sobre nós.
Para mim, esta é a felicidade, desprendida de conceitos e estudos
científicos sobre uma emoção, que nada tem para ser explicada, mas
tudo tem para ser vivida, sentida e experienciada. Esta é a minha
felicidade.
Gonçalo Alves