"A ABSTENÇÃO"

Nas últimas eleições assistimos a uma taxa de abstenção assustadora, 48,58%, que mesmo sendo elevada, a 3.ª mais elevada da história, apresentou uma queda percentual em relação às eleições anteriores.
De salvar que os 4 distritos com maior taxa de abstenção são os Açores (63,29%), Bragança (52,21%), Vila Real (50,58%) e a Madeira (50,43%). Estes números representam a maioria da população e têm a interessante característica de serem ilhas ou distiritos do interior do país, ao contrário das regiões de Braga (36,32%), Porto (38,16%) e Lisboa (38,44%). Estas zonas apresentam os resultados mais baixos e são grandes centros urbanos, onde o acesso à informação é mais fácil, tendo normalmente melhores condições de vida do que as 4 regiões onde a abstenção tem números preocupantes.
Porque será que temos estes números? O que devemos fazer para combater este flagelo?
Na minha opinião tudo começa por se implementarem medidas que combatam a desigualdade entre regiões, como por exemplo não haver um orçamento de estado tão centralizado em apenas algumas regiões e sim abranger todo o país. Isso demonstra desinteresse por parte dos governantes e pode levar a que as pessoas tenham desinteresse em votar.
Também devíamos cativar os jovens a votar desde o ensino básico com a criação de uma disciplina que para além de História, nos cative a ter ação na vida política desde cedo e que nos leve a ter essa mesma ação sempre que formos chamados a intervir nas mesas de voto.
Não deixar de alertar que com as taxas altíssimas de abstenção, tenha também crescido um fenómeno chamado "extrema direita", com o CHEGA a tornar-se na 3.ª força política em Portugal, algo preocupante.
Por fim deixo aqui um apelo, não deixem os outros escolher por vocês, escolham vocês mesmos o destino do país. Não votar é desistir do país.
Nuno Martins
CPEE